terça-feira, 19 de maio de 2015

Superando uma Dor de Amor

Atualmente tem sido grande a busca de pessoas para superarem a dor provocada pelo término de um relacionamento ou mesmo referente às brigas com o parceiro. As pessoas chegam contaminadas com um misto de frustrações, raiva, mágoa, tristeza, desânimo, desespero e desejos de vingança. Será que amar dói?
Parece que algumas pessoas andam confundindo o significado do AMOR, construindo relações de Dependência, não apenas me referindo aos parceiros sexuais, mas mesmo entre familiares, onde qualquer momento de convício pode produzir relações simbióticas (indiferenciação entre dois indivíduos), prejudicando o cotidiano e o desenvolvimento de ambos envolvidos.
Segundo os dicionários contamos com dezenas de definições para a palavra amor, ressalto aqui o “desejo ou ação de fazer o bem a alguém”. Curiosamente acompanhamos aqueles que se preocupam em cuidar e fazer para o outro, não fazem nem 10% a si. Será que aquele que oferece ao outro e não pra si, tem realmente algo a dar ou busca uma forma de preencher sua vida, para que não precise entrar em contato com seus sentimentos? Suas frustrações, seus fracasso! Pode-se cogitar a possibilidade de uma Dependência Emocional, nos referindo população que acredita precisar de um terceiro para tomar decisões, para serem felizes, esperam aprovação ou atribuem ao outro a possibilidade de alegria na vida. Questionando a definição da palavra Dependência encontrou-se; substantivo feminino que se refere à qualidade daquele que depende de alguém; estado de passividade resultante do consumo contínuo e repetido de drogas; domínio, possessão, dentre outros.
Amar pode contribuir para que qualquer pessoa viva momentos prazerosos, divertidos, mas o oposto, diante de uma desilusão amorosa o ser humano pode entrar em contato com os piores sentimentos, entrando em desespero. Alguns autores comparam a dor de amar com o corte da carne com uma afiada lâmina!

Segundo a psicanálise amar dói por revelar a ALTERIDADE – reconhecer e respeitar (ou ter quê) as diferenças do outro, quebrando as fantasias de onipotência. Quem controla o que sente? Quem escolhe quando amar ou esquecer alguém?
 Te convido a avaliar se a dor está relacionada a perda do ser amado ou ao se sentir ABANDONADO, ou com a HUMILHAÇÃO ou mesmo relacionada a MUTILAÇÃO de algum órgão? A dor não está em perder o amado, mas continuar amando mesmo sabendo que não mais o terá,  seja relacionada aos relacionamentos, os empregos, perda de um órgão/amputação, divórcios. É um luto e como tal, tem um tempo “natural” para elaboração. Período         que pode ser diferente entre as pessoas, mas todos passam pelas fases ( negação, raiva, barganha/negociação, depressão e aceitação). Toda perda significativa costuma demandar uma reorganização emocional e o luto é o processo pelo qual cada ser humano resignifica a vida!

Não há receita mágica para superar essa dor, mas pela experiência clínica compartilho aqui algumas ações que costumam ajudar muito!

* Reconhecer seu valor – qualquer pessoa apresenta características positivas e negativas. Descubra as suas.
* Fazer o que te dá prazer – no início é óbvio que pode não sentir vontade de sair de casa, mas é lutando contra isso que vai aprender novos caminhos!
* Se precisar chore – não tenha vergonha de colocar pra fora tudo o que lhe incomoda e machuca, toda dor precisa sair para dar espaço a outros sentimentos.
* Distrações temporárias – atividades que possam lhe proporcionar relaxamento, prazer, descontração e principalmente contato humano.
* Amigos e Familiares – não precisa ser apenas para desabafas, mas para estarem juntos, trocando energias, afetos, alimentando sua alma.
* Cabeça no Lugar – o que ainda deseja fazer (curso, viagem, artesanato) o momento é agora.
 * Aprende a lidar com a dor – sei que não acredita agora, mas vai passar, enquanto não passa precisa aprender a lidar com essa dor, tente vivenciar as dicas anteriores e verá que vai sarando, a dor diminuindo e você caminhando. Passado o primeiro impacto você aprende administrar!
Nenhuma relação tem prazo de validade! Qualquer situação está submetida ao começo, meio e fim!

Referências:
Beattie, Melody. Codependência nunca mais – pare de controlar os outros e cuide de você mesmo, 16ª edição, Rio de Janeio: BestSeller, 2013.
Bowlby, J. Formação e rompimento de laços afetivos. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
Nasio, J.D. A dor de amar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007


terça-feira, 5 de maio de 2015

COMO O PSICÓLOGO TRABALHA COM AS CRIANÇAS – LUDOTERAPIA

Todos os que têm algo a ver com as crianças deveriam ter essas informações...

"A criança joga (brinca), para expressar agressão, adquirir experiência,
controlar ansiedades, estabelecer contatos sociais como integração
da personalidade e por prazer.”


Trabalho já alguns anos auxiliando pais e crianças e tenho percebido muita dificuldade entre pais, educadores, cuidadores e sociedade geral na compreensão de como se dá esse tipo de atendimento. Sem desprezar a correria do cotidiano que atrapalha ainda mais, para que as pessoas possam parar e entender!Mas antes de qualquer coisa, preciso lhe convidar a mergulhar um pouco em suas lembranças da sua própria infância, como seus pais lidavam com você, os professores, os irmãos menores e maiores, os tios... Evocar seus sofrimentos e dúvidas para entender o “mundo dos adultos”!Estou na casa dos “enta” rsrs minha infância foi marcada com separação clara entre conversa de adulto, onde as crianças nunca estavam presentes, mas morríamos de curiosidade! Mas éramos expulsos para brincar no terreiro! Diferente dos dias atuais, que os pequenos são inundados de conteúdo que não lhes cabe. Vou exemplificar!


V. garoto de 8 anos, matriculado na 2ª série, ótimo aluno, nos últimos meses diminuiu seu rendimento, perdido em pensamentos durante as aulas, solicitou autorização da professora para sair mais cedo, justificando que precisaria passar na banca de jornal. A professora estranhou, tentou investigar um pouco e ele com tranquilidade disse que tinha que ser no horário da aula, para sua mãe não ficar zangada. Pois há meses ajudam com cestas básicas a tia e o tio, ambos desempregados. V. pegou as moedas do seu cofrinho e só precisava que a professora o deixasse sair uns minutos como ele coloca, para comprar um jornal de empregos e também auxiliar a tia.
Sabemos que o relato permite diversas interpretações, mas não é minha intenção aqui e sim dividir minhas inquietações de forma simplista, afinal estou me dirigindo ao público geral! Um menino de 8 anos precisa se preocupar com quem trabalha ou não? O que a carga dessas preocupações podem lhe causar ou mesmo atrapalhar em seu desenvolvimento, contribuindo com a produção de preocupações e ansiedade?



E então como o Psicólogo pode cooperar para afastar as crianças de seus medos, sofrimentos, agressividade, dificuldades de aprendizagem, ou seja, lá qual for a questão? Simples... o profissional vai entrar no mundo da criança, falando através da linguagem infantil as brincadeiras, o lúdico, da sua imaginação! Lembrando que as crianças estão em desenvolvimento, não dispõem de todos os recursos que os adultos detêm, e por conta disso; longos e cansativos sermões não surtem resultado! Além dela não compreender a metade do que foi dito. De contra partida quando elas vivem uma situação, essa experiência as marca de forma diferenciada na memória e nas sensações, atribuindo sentimentos e significados. Assim uma criança que não respeita regras e pessoas poderá se não tratado ter lacunas em sua formação, atrapalhando em sua socialização (a forma como lida com as pessoas e com o mundo).
Mas calma, calma, calma!
Para um bom resultado é preciso que um Psicólogo atenda a família e a criança, compreenda seu funcionamento e identifique onde precisa atuar, ressaltando as potencialidades da criança e selecionando atividades que possam desenvolver o que lhe falta, então não é qualquer um brincando de qualquer coisa com a criança, é um trabalho subjetivo, personalizado até!


Agora de possa de todas essas informações, não demore! Se você é responsável por algum pequeno pode ajuda-lo muito mais do que imagina! E o apoio profissional pode se tratar de uma necessidade momentânea e negligencia-la fará todo diferença no futuro dessa garotada!